“É na diferença e na diversidade que as empresas ganham e conseguem distinguir-se”

 

Em que medida a sociedade evoluiu com a tecnologia?

A tecnologia tornou-se o motor de progresso da sociedade, com tudo o que isto quer dizer. Chegámos a um ponto em que qualquer objeto, por mais simples que seja, tem associada tecnologia e traz consigo a vantagem de nos “facilitar a vida”. A tecnologia faz parte das nossas vidas e está cada vez mais presente no nosso quotidiano, seja no trabalho, nas relações, no modo como nos deslocamos, falamos ou agimos.

A globalização veio mostrar-nos que alguns dos preconceitos que nos acompanhavam, desde há muitos anos, já não fazem sentido. No mundo atual, podemos ver que a tecnologia está ao alcance de cada um de nós, sem barreiras de género, idade ou profissão.

 

A verdade é que os preconceitos são difíceis de desconstruir… Como está esta barreira a ser ultrapassada no setor das TI?

Essa é uma grande verdade. Porque não conseguimos aproveitar a capacidade de transformação e destruir em definitivo conceitos pré-concebidos, como o de que temos profissões em função do género?

Existem grandes chefes de cozinhas que são homens. Temos homens como grandes bailarinos a brilhar no topo do mundo, assim como também existem mulheres camionistas. Estas eram profissões que, no passado, por convicções, normas e valores estavam afetas a um género. No setor da tecnologia esta continua a ser uma realidade aos dias de hoje, ainda que menos visível. Passa por cada um de nós derrubar cada obstáculo visível ou invisível e tornarmos o setor da tecnologia num setor acessível a todos, tal como a tecnologia nasceu para o ser.

As mulheres lutaram para serem vistas de outra forma e a maioria, felizmente, já não se deixa levar por preconceitos antigos. Mas é preciso banir o preconceito na totalidade, e para isso é necessário sensibilizar as jovens mulheres para as oportunidades de carreira e realização profissional na área, assim como fomentar o interesse pela área, que pode ser feito através de diversas iniciativas e colaborações entre escolas e empresas do setor. Em Portugal, estabelecemos parcerias com associações (PWT e Engenheiras por 1 dia) com o objetivo de sensibilizar as jovens estudantes para as áreas tecnológicas.

 

O mundo do trabalho está também a mudar neste sentido?

A minha perceção é a de que o mundo deu um salto de gigante na construção da aceitação de cada individuo, e acredito que as empresas estão a caminhar no sentido de valorizarem cada pessoa, independentemente do seu género. Não temos homens e mulheres a trabalhar, temos pessoas com atitude, conhecimentos e capacidades que os distinguem e que lhes permitem ser mais eficazes e competentes em diferentes áreas.

Aprendemos a aceitar cada individuo como único, assim como a respeitar a singularidade e as características de cada um. Todos somos diferentes, mas é na diferença e na diversidade que as empresas ganham e conseguem distinguir-se.

Ainda há um longo caminho a percorrer, mas cada passo conta e já demos uns quantos!